A integração de anjos músicos nos temas religiosos passou a ser comum na arte europeia durante a Idade Média, apesar da desconfiança com que as autoridades religiosas sempre encararam a música devido ao seu poder sedutor e hedonista. A partir do século XV essa atitude de reserva tendeu a desaparecer, cedendo ao efeito visual das graciosas figuras angelicais acompanhadas de instrumentos musicais de belas formas. À elegância das figuras juntava-se a evocação da música como alusão ao paraíso e à transcendência divina. Nos séculos seguintes, a representação de temas com músicos e instrumentos musicais foi ganhando diferentes conotações e novos propósitos, tanto no âmbito do sagrado como no profano.
Arte do instante, representar a música traz implícita uma alusão ao prazer dos sentidos mas, simultaneamente, ao caráter efémero da existência humana. Da coleção do museu, apresentam-se alguns desenhos de diversas épocas e autores que tornam evidente o fascínio que os artistas sempre sentiram pela abordagem destes temas
COMISSÁRIA
Alexandra Gomes Markl
Folha de sala