• BoCA

    Biennial of Contemporary Arts

WILLIAM FORSYTHE "ALIGNIGUNG 2" 
Piso 1, Sala do Tecto Pintado


Alemanha / EUA | Instalação


Mundialmente conhecido, William Forsythe é considerado um dos principais coreógrafos do nosso tempo. Durante mais de quatro décadas, criou produções que redefinem o vocabulário do ballet clássico, e a sua abordagem inovadora de coreografia, encenação, iluminação e análise de dança influenciou inúmeros coreógrafos e artistas. Desde os anos 90, paralelamente às suas criações cénicas, Forsythe desenvolveu instalações, esculturas e filmes que chama de “Choreographic Objects”. Abalando as linhas entre performance, escultura e instalação, os seus “Choreographic Objects” convidam o espectador a confrontar-se com as ideias fundamentais da coreografia. Esses trabalhos são projetados para estimular o movimento dos visitantes por meio de interações com esculturas cinéticas, projeções de vídeo e ambientes arquitetónicos.

BoCA apresenta pela primeira vez em Portugal uma das obras que integra a série “Choreographic Objects”. A vídeo-instalação “Alignigung 2” de William Forsythe é apresentada em três museus, das três cidades oficiais da BoCA 2019: o Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), o Museu Nacional Soares dos Reis (Porto) e o Museu D. Diogo de Sousa (Braga).

Alignigung 2 apresenta uma coreografia em que os bailarinos Riley Watts e Rauf Yasit (aka “Rubber Legz”) cruzam os seus corpos numa constelação de nós. É oferecido um objeto que subtrai elementos comuns tipicamente associados à coreografia: o desenvolvimento estrutural do tempo e do espaço e o isolamento visual de algumas partes. O entrelaçando dois corpos formam o que Forsythe gosta de chamar de “puzzles ópticos”, pois esse complexo entrelaçar cria enigmas ópticos que frequentemente desafiam a lógica aparente da situação. Alignigung é um híbrido entre coreografia, filme e escultura, e conta com a colaboração musical de Ryoji Ikeda.




MEG STUART "THE ONLY POSSIBLE CITY"
 
Piso 1, Capela das Albertas

Inicialmente concebida para uma sala ampla e neutra da Manifesta7 em 2008, a vídeo-instalação de Meg Stuart é agora recontextualizada na Capela das Albertas, dentro do Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa. A Capela das Albertas era a Igreja do Convento de Santo Alberto, um convento carmelita, feminino, fundado no final do século XVI, e é provável que poucos se lembrem dele. O espaço tem estado fechado e está a precisar de restauto, e será reaberto exclusiva e temporariamente para esta obra de Meg Stuart
Meg Stuart expõe-se. Um rosto humano num espaço da representação hiper-humana. O real exposto num lugar de representação. Stuart olha-nos de frente, sem artifícios, com a determinação de quem nos fala, mas o seu olhar fraqueja ao ponto de se adivinhar uma questão: somos nós que olhamos Stuart ou é Stuart quem nos olha? 
Nós olhamos Meg Stuart. E, no seu rosto, não vemos apenas a simples exposição da aparência, daquilo que está na frente da cabeça ou aquilo que a envolve, ou seja, o seu rosto não é entendido no seu sentido plástico, estético ou psicológico. Ele revela a alteridade. 
Meg Stuart olha-nos. E, nesse gesto, encontra-se uma imposição, dando uma ordem e pedindo clemência, tal como nos diz Emmanuel Lévinas: “o rosto do Outro recorda as obrigações do ‘eu’”. Somos levados a tomar responsabilidades sobre quem nos olha, ali, no meio da escuridão. 
O rosto de Meg Stuart, entidade feminina dentro desta capela que outrora fora habitada apenas por mulheres em reclusão, traz-nos o contraponto da velocidade de uma cidade e de um corpo experiente, viajado e livre. Neste local de refúgio, de mistério e de silêncio vemos um rosto, vemos um ser humano, vemos uma mulher, vemos uma bailarina e uma coreógrafa. O rosto de Meg Stuart não está no plano da representação. Ele ocupa o espaço.


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