Nicolaes Pietersz Berchem, nascido em Harlem em 1621/1622, era filho de um pintor de naturezas-mortas, Pieter Claesz, com quem fez a sua formação mas cujo caminho não seguiu. No início da carreira praticou com sucesso a cena de género e ajudou a consagrar o gosto pela bambocciata. Dedicou-se à paisagem pastoril de inspiração italiana, foi autor de vistas de portos e de paisagens, com figuras elegantes em ambientes de arquiteturas fantasiadas. Realizou, também, pinturas de caça, de cavalos e de batalhas.

Esta obra descreve a batalha que se feriu junto ao rio Hidaspes, entre Alexandre, o Grande, e o rei Poros. Única na sua produção e de toda a pintura holandesa, revela o fascínio que Alexandre nunca deixou de exercer, tornado ainda mais atrativo pelo referente da cultura clássica e pelos ambientes exóticos evocados pelas campanhas alexandrinas da Índia.

Não se conhecendo a proveniência original – a primeira menção documental é de 1766 –, o tema e a dimensão e o estilo heróico sugerem tratar-se de uma encomenda de Guilherme III, príncipe de Orange, renomeado em 1672 governador dos Países Baixos. As suas vitórias contra os exércitos de França e de Inglaterra faziam dele, aos olhos dos contemporâneos, um novo Alexandre, digno de ser celebrado por um dos mais proeminentes artistas holandeses do último quartel do século XVII.

Inauguração
Terça-feira, 20 fevereiro, 18h

Nicolaes Pietersz Berchem
(Harlem, 1621/1622 – Amesterdão, 1683)
A Batalha entre Alexandre, o Grande, e o rei Poros no rio Hidaspes
Assinado no canto inferior direito: «N. Berchem»
c. 1670-1675
Óleo sobre tela
111 × 154 cm
Fundação Gaudium Magnum – Maria e João Cortez de Lobão
(foto © Jorge Simão)


Folha de sala





Sobre a Fundação Gaudium Magnum

A Fundação Gaudium Magnum – Maria e João Cortez de Lobão existe desde 2018, tendo como missão enaltecer Portugal, a língua portuguesa, a sua cultura e as suas gentes. A Fundação pretende ser uma instituição aberta ao mundo, promove o Bem Comum e contribui para uma sociedade mais justa, à luz dos valores cristãos e da missão de Portugal no mundo. Para isso, aposta em quatro eixos estratégicos: Cultura, Educação, Beneficência e Investigação. No campo cultural, e em particular na sua coleção de arte, reúne um valioso espólio de peças centrada em Old Masters, com uma forte componente de autores portugueses.

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