A representação de crianças ocupa um lugar relevante na obra gráfica de Domingos António de Sequeira (1768-1837). A importância dada a este tema radicava, em termos sociais, na progressiva valorização das crianças, colocadas a partir de então no centro da célula familiar. A mudança nas mentalidades ficou a dever-se, em parte, à drástica diminuição da taxa de mortalidade infantil que conduziu ao estreitamento dos laços afetivos no interior das famílias, criando-se um novo interesse pela figura da criança e do mundo da infância.
Nas representações artísticas surgiram novos tópicos que tinham como propósito realçar valores como a inocência, a graciosidade e a doçura. A par da agora frequente inclusão das crianças nos retratos, sozinhas ou integrando os grupos familiares, surgem novas representações de episódios do mundo da infância. As figurações com pequenos anjos ou amores, que tinham sido comuns nos séculos anteriores, são agora substituídas por grupos de meninos que se entregam às mais diversas ocupações e brincadeiras. Acompanhando uma tendência da arte europeia, que se vinha a acentuar desde a segunda metade do século XVIII, encontramos estes temas tratados nos desenhos de Domingos Sequeira, que nos permitem simultaneamente observar a diversidade de soluções gráficas que vai adotando ao longo dos anos.
COMISSÁRIA
Alexandra Gomes Markl
Folha de sala
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