Peculiar imagem do Inferno onde o demoníaco é associado ao universo extraeuropeu.
A pintura propõe-nos uma imagem medieval do Inferno, inventariando os suplícios eternos em relação com os pecados capitais. A figuração da Vaidade através de três mulheres nuas, penduradas invertidas com os cabelos a arder, remete para as três graças do séquito de Apolo. Os amantes unidos por um laço, simbolizando a Luxúria, no extremo oposto, parecem decorrer diretamente de Dante, mostrando a pluralidade de fontes iconográficas.
Esta diversidade surge ainda na ligação do demoníaco ao universo extraeuropeu: Lúcifer veste-se com um toucado de penas ameríndias, senta-se numa cadeira africana e segura uma trompa de marfim de aparência africana; outro demónio veste-se também com plumagem.
Esta diversidade surge ainda na ligação do demoníaco ao universo extraeuropeu: Lúcifer veste-se com um toucado de penas ameríndias, senta-se numa cadeira africana e segura uma trompa de marfim de aparência africana; outro demónio veste-se também com plumagem.
A pintura portuguesa incorporou rapidamente o índio brasileiro no cristianismo. Mas, pouco depois de o representar como um dos Reis Magos, no Retábulo da Sé de Viseu (1501-1506), utilizou-o nesta obra para simbolizar os anjos do mal.
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