O final do século XVI, em Itália, foi marcado pelo crescente prestígio de numerosas famílias, que rivalizavam na ostentação dos seus palácios, com os seus tetos entalhados ou dourados, frescos nas paredes, pavimentos em mármores e tapeçarias esplêndidas. A necessidade, cada vez maior, de luxo e requinte reflete-se na criação de mobiliário cénico, de caráter arquitetural e de escala monumental, executado por artistas famosos.
É neste contexto que se destaca a mesa, exclusivamente ornamental. Os mármores e as pedras duras que decoravam os seus tampos vinham de barco do Egito, da Arábia, da Pérsia, da Índia, da China, e a sua execução levava cerca de 5 a 7 anos.
Designadas tavole intarsiate, ou tavolini di gioie, como as apelidou Giorgio Vasari, eram adquiridas a preços exorbitantes pelas mais poderosas cortes da época, traduzindo um gosto áulico e maneirista e um crescente conhecimento sobre as gemas.
Este exemplar encontrava-se, muito apropriadamente, no átrio do Palácio Burnay, à Junqueira, em Lisboa.
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