A apresentação da Natividade em complexas "máquinas escultóricas" dispostas num ambiente cenográfico construído em cortiça – o torrão – é um dos fenómenos mais originais da arte barroca portuguesa. Se bem que o nascimento de Cristo – sempre enquadrado em opulentos enquadramentos arquitetónicos – e as cenas da Adoração dos Pastores e dos Magos constituam os temas centrais destas composições, apresentam-se no espaço do Presépio outros episódios complementares, baseados nos Evangelhos ou em narrativas apócrifas, bem como “cenas de género” marcadas pelo registo pitoresco e atento da vida e costumes populares.
Alguns dos mais destacados escultores portugueses dedicaram boa parte do seu trabalho oficinal à produção de presépios para uma ampla clientela: não se conhecendo o autor deste conjunto, proveniente do convento contíguo ao Palácio Real das Necessidades, é todavia evidente o domínio pleno das convenções deste tipo de obras, com os vários grupos definindo cenas autónomas e a correta mas agitada modelação das figuras que o compõem.
Mais informações no site MatrizNet