Peça enigmática quanto à sua origem, e formalmente isolada, associa duas cabeças coroadas e dois escudos com as divisas de D. Manuel I e de D. Leonor.
Enquadrada no contexto da arte pública do período manuelino, esta peça é composta por uma coluna torsa decorada com escamas de réptil, rematada por duas bicas antropomórficas, uma com rosto feminino coroado e a outra, também coroada, com rosto masculino barbado. Nas faces laterais da coluna relevam-se dois escudos. O primeiro tem a esfera armilar esculpida em alto-relevo, com elíptica onde corre a inscrição E.M.P.R.P – Emanuel Primus Rex Portugaliae, correspondente ao nome de D. Manuel I (1495-1521) – em capitais romanas. No segundo, com o mesmo talhe, mostra-se o camaroeiro, empresa da rainha D. Leonor, mulher de D. João II (1481-1495) e irmã de D. Manuel I. A presença do camaroeiro situa a peça na órbita do mecenato de D. Leonor.
A representação simultânea das empresas de D. Manuel e de D. Leonor no mesmo monumento é rara, mas ocorre, por exemplo, no Pelourinho de Óbidos.
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