Na exposição temporária Museu das Descobertas os visitantes foram convidados a partilharem a sua leitura do Bodhisattva redigindo uma tabela comentada. De entre as propostas recebidas o MNAA selecionou a de Sérgio Gorjão:
Olhando compassivamente sobre os seres
Um bodhisattva não é um buda, nem um deus, mas sim uma entidade num estado de desenvolvimento espiritual elevado, uma expressão natural e livre do amor e compaixão por todos os seres.
Motivado pelo voto de que «enquanto houver um único ser em sofrimento no universo, possa “eu” regressar vidas sem conta, para os ajudar», qualquer ser (humano ou não) pode ele mesmo ser um bodhisattva, primeiro como um compromisso, depois como um gesto natural e inevitável de profunda realização interior.
O “olhar” para as necessidades e sofrimentos de cada um dos seres, faz dos bodhisattvas modelos de vida intemporal.
Esta escultura é a expressão perfeita de um silêncio contemplativo, um convite à reflexão e à meditação sobre a natureza pacífica e bondosa de cada um de nós e de todos os seres, numa demanda interior pela paz.